BabyTime: setembro 2018

Não sou a chamada mãe-wikipedia. Não sei tudo sobre bebés. Não perco horas a pesquisar e comparar correntes educacionais ou alimentares. Não sei se o patinho amarelo para o banho da marca x é melhor que o da marca y. Não tenho o ultimo estudo da Deco Proteste na mesa de cabeceira (mas há alguns muito bons, atenção!). Sou a mãe curiosa que gosta de se manter informada e atualizada (muitas vezes até junto de outras mães que são ninjas a dominar temas vários), mas que não entra em fundamentalismos ou extremismos sobre as coisas. Gosto de ser eu a formar a minha opinião com base nas experiências que vou tendo com os dois neste mundo da maternidade. 

As únicas coisas onde dediquei mais tempo até hoje foram as que requeriam um investimento mais alto, como as cadeiras-auto, o carrinho, a cama, o porta-bebés, objetos que se destinam ao conforto, proteção e segurança dos meus filhos. Em tudo o resto, sou descontraída, sigo o instinto maternal e neste segundo filho recorro bastante à experiência anterior e claro, às avaliações/opinião da pediatra.

Com o tema introdução alimentar tive duas experiências totalmente diferentes: um filho que começou aos 4 meses com papa versus outro filho que começou aos seis meses com sopa e por isso, venho aqui dar a minha opinião sobre o tema, pois pode ajudar outras mães a decidir qual o caminho a seguir. 

Introdução alimentar aos 4 meses x 6 meses: quais as diferenças?

Se me perguntarem na ótica do bebé o que achei mais fácil, foi sem dúvida a introdução aos seis meses, o Xavier começou as sopas na terça-feira e limpa os pratos num instante. Tem o sistema digestivo mais maduro, aceita melhor a colher, é mais autónomo e menos trapalhão, já se senta e segura totalmente o pescoço e manifesta muita vontade e curiosidade pelos alimentos. Hoje já começa as frutas e para a semana as carnes, um processo muito mais rápido de introdução da diversificação alimentar. Por outro lado, chegar até aos seis meses só com leite materno em livre demanda requereu de mim muita disponibilidade, dedicação e proximidade ao bebé (o que só é possível para mães que prolongam a licença ou que juntam as férias aos 150 dias de licença ou que vão trabalhar, mas conseguem extrair leite suficiente para deixar ao bebé (a minha opção)). E por outro, estou a sentir agora um ajuste forçado na produção de leite, até aqui houve muito estimulo para garantir 8 mamadas diárias e de um dia para o outro o Xavier passou a mamar menos vezes e eu continuo com muita produção. Estou a tentar encontrar equilíbrio com novas ameaças de mastite pelo meio. 

Com o Duarte fiz tudo diferente, não tinha a experiência que tenho hoje com a amamentação e a introdução alimentar foi feita logo aos 4,5 meses. Entre continuar só com leite e ter que dar leite artificial para completar ou começar com papas, preferi a opção papas e leite materno. Começámos pelas papas e aos 5 meses introduzimos as sopas. Comparando com a experiência atual com o Xavier, o Duarte começou de forma muito mais trapalhona, tinha pouca firmeza no pescoço, tinha que estar inclinado na cadeirinha e com arnês colocado, zangava-se com a colher ou rejeitava pois não percebia bem para que servia e nas primeiras vezes que “comeu” lambia mais do que efetivamente comia porque era mais imaturo.Mas cada criança é diferente, certamente que existem crianças a despachar pratos de papa à primeira. Aqui o processo foi mais lento e trabalhoso, mas fez-se sem grandes dramas. Por outro lado, se agora tenho leite a mais, com o Duarte aconteceu “comprometer” a amamentação, pois ao introduzir as papas cedo, ao saltar algumas mamadas comecei a ter menos produção de leite. A amamentação ainda não estava totalmente estabelecida, ainda assim, ainda mamou mais uns meses com muito esforço meu. Numa ótica pessoal, o facto de ter introduzido os sólidos mais cedo permitiu-me ter mais liberdade para outras tarefas pois podia pedir ao pai ou avós para darem. 


Concluindo, numa ótica do bebé, considero mais vantajoso a introdução dos sólidos aos 6 meses nos casos em que a mãe consegue manter a amamentação prolongada pois é mais fácil para todos passar para esta etapa, com mais maturidade no bebé. Na ótica da mãe, há que avaliar se a produção de leite é suficiente e se há vontade em continuar a dar mama em exclusivo pois “são precisos dois para dançar o tango” e nem sempre as mulheres se sentem confortáveis neste papel continuo da amamentação. 



E eis que ontem foi o dia da primeira sopa do bebé Xavier e aqui fica o post para registar o momento!

Era para ter adiado até ao fim de semana para organizar as coisas com mais calma, mas como quero introduzir o máximo de legumes possível até ao inicio da creche, mudei os planos. Nem colheres novas tinha comprado ainda, tive que me socorrer de umas que ainda tinha do Duarte.

Confesso que senti aquele ciume miudinho de deixar de ser a sua fonte exclusiva de alimento, como se a partir de agora ele pudesse pertencer a todos e já não me visse como a sua pessoa preferida. Agora qualquer pessoa lhe pode aquecer um prato de sopa e dar que ele fica contente. Não há mãe que não se depare secretamente com este pensamento quando os filhos começam a comer, eu já senti isto duas vezes. 

 A verdade é que esta etapa assinalada não só uma nova fase na vida dos bebés como também fecha um ciclo para as mães que prolongaram a amamentação. É mais um cordão umbilical que se corta. E quando ele for para o colégio será outro (já me ando a mentalizar para não ter controle sobre tudo o que ele vai estar a fazer e eu ansiosa que sou lido mal com isso).

Voltando às sopas, a pediatra sugeriu começar a sopa ao almoço e ao jantar (ao invés de ser sóao almoço) e daqui a uma semana introduzimos já as frutas (começando pelas mais comuns. banana, maça e pêra). Daqui a 3 dias mudamos a sopa e acrescentamos mais 1 legume e assim sucessivamente. Ontem começámos por um creme de batata e cenoura com um fio de azeite frio (sem ser cozinhado) e o Xavier devorou não 1 mas 2 pratos de sopa (o equivalente a 2 conchas, não se assustem)!



Fiquei tão contente por ter corrido bem que até me esqueci dos ciúmes miudinhos e fiquei só a contemplar o meu rufia de cabelo especial a despachar sopa como gente grande e a adorar brincar com a colher! 
 
Hoje vou imprimir estas tabelas do Blog Na Cadeira da Papa para me ajudarem a registar os legumes já introduzidos, espreitem pois pode ser-vos útil!

Beijos


Hoje é o dia em que dou por concluído com sucesso o “desafio” de amamentação exclusiva até aos 6 meses. Na verdade, estamos a 3 dias dele completar os 6 meses, mas a urgência da introdução alimentar para a entrada no colégio assim nos obriga. E se há uns meses atrás quando ele era bem pequenino e eu ainda estava a tentar estabelecer a amamentação era impensável para mim estar sentada a escrever este post (o Duarte introduziu as papas aos 4m), hoje estou orgulhosa de mim por ter chegado até aqui.

Só quem amamenta ou já amamentou tanto tempo em exclusivo sabe a dedicação, esforço, resiliência e foco que isso implica. Nestes meses fomos dependentes um do outro e o balanço é muito positivo. Tive dias cansativos pelo meio, voltei ao trabalho pelo meio e foi ainda mais exigente, mas havendo leite avancei e esta é a história que fica para lhe contar. Dei-lhe o melhor de mim.  

Não posso dizer que foi sempre fácil, amamentar em exclusivo e em livre demanda implica ter o bebé sempre perto ou relativamente perto e por isso o nosso dia a dia é feito de cedências. Nos últimos 6 meses tive um lifestyle muito pacato. Fui social q.b, abdiquei de muitos jantares fora de horas, convites para eventos e programas prolongados pois nem sempre as condições eram as mais fáceis para amamentar e quando se tem um bebé dependente de nós, não o podemos deixa-lo propriamente com alguém quando nos dá na gana e levar-lhes a fonte de alimento. Somos necessárias dia e noite. Não há o “desta vez dá tu para eu descansar”, ninguém nos substitui e há momentos de exaustão em que colocamos tudo em causa. Mas agora quando olho para trás, a sensação que tenho é que este tempo correu e que nem custou nada. Ainda bem que não o fiz, porque hoje posso comemorar!

Por outro lado, aprendi muita coisa sobre a amamentação e uma das maiores conclusões que tiro (até porque me fazem muitas questões sobre a amamentação) é que para se ter sucesso a amamentar não há nada melhor do que fazê-lo em livre demanda e esquecer as regras. Há mais estimulo, há mais produção, há mais alimento e há bebé mais satisfeito.  

No inicio quanto menos visitas melhor para a mãe e para o bebé (desta vez tive muito mais à vontade) e creio que coincidiu apenas por o Xavier ser um bebé muito chorão e espantar as visitas. Permitiu-me ter mais tempo, conforto e privacidade para perceber o padrão e as necessidades dele. 

Outra conclusão que tiro é que a nossa intuição é meio caminho andado, temos uma capacidade inata fantástica para perceber quando está a correr bem ou quando o bebé está a precisar de mais produção: é oferecer o peito mais vezes. Muitas mulheres desistem quando começam a sentir o peito ficar mais mole, moleza não significa menos leite, pode só significar o corpo a fazer ajustes na produção. O bebé estar chorão e o peito mole pode ser apenas um pico de crescimento, é dar uns dias e o peito volta a encher ou a produzir mais. 

E disciplina: descansar, beber muita água, comer bem. Cumprir diariamente estes básicos ajuda bastante a ter uma produção regular e auto-suficiente para o bebé. Nada é melhor do que o bebé para estimular, a bomba ajuda, mas para mim, mais numa ótica de fazer stock de leite ou aliviar o peito muito cheio. 

E já sabem: não dar ouvidos a terceiros. As frases “isso é fome”, “já está outra vez na mama’ são o prato do dia e não vale a pena dedicarem tempo algum a pensar nelas. O que nos dá respostas é o instinto maternal. As outras pessoas não são o nosso corpo nem conhecem o nosso bebé como a mae e o pai. Livrem-se do stress e das teorias de corredor de hospital

Para quem não conseguir este marco, não se martirizem, amamentar não é fácil como as revistas e os filmes fazem parecer ser. Cada mulher pode e deve decidir o que melhor lhe convém, a si e ao seu bebé, quer isso passe pela decisão da amamentação ou não. O bebé também tem que cumprir a sua parte de fazer uma boa pega, quando os bebés não estimulam o suficiente as mães também não conseguem ir mais além. É um trabalho de equipa. 

Outro fator de sucesso talvez tenha sido a preparação (há um post no blog com dicas) e o facto de não ter criado muitas expectativas e dessa forma deixei fluir as coisas. 

Foram 6 meses de muito amor e a partir de agora o Xavier inicia uma nova fase e eu confesso que sinto aquele orgulho de mãe e curiosidade em como vai ser esta nova fase com aquele misto de tristeza miudinha de deixar de ser a sua única fonte exclusiva de alimento: a partir de agora qualquer pessoa lhe pode enfiar comer no bucho e deixarei de ser insubstituível. 

Dramas e hormonas à parte, hoje começamos a primeira sopinha e vou ser eu a dar como aconteceu com o Duarte. Daqui a 3 dias introduzimos mais um legume na sopa e começamos a primeira fruta e por aí adiante. Decidi com a pediatra que o Xavier não vai para já comer papas, vai comer sopa + fruta ao almoço e jantar, vai mamar nos intervalos e vou mandar leite materno para o colégio. Aos 7 meses começa o iogurte natural que irá fazer o papel da papa, evitando os açucares desnecessários. 

A quem tem perguntado sobre o método BLW (Baby-ledWeaning , que consiste em oferecer a comida em pedaços e permite que o bebé se sirva sozinho e que demonstra ter algumas vantagens), acordei com a pediatra que vou experimentar fazer uma introdução mista, ou seja, oferecer a sopa e alguns alimentos em pedaços para ele explorar. 

Se quiserem receitas e inspiração para esta fase de introdução alimentar, recomendo o blog Na Cadeira da Papa, cheio de dicas e receitas para todas as fases. 

Se com o leite o miúdo me tem assim o cabelo em pé, imaginem com a sopa!!

Mal posso esperar!

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E lá foi o meu amor crescido ganhar literalmente, asas nos pés, e arrancar mais um ano de jardim de infância na escola pública, que é como quem diz, para o último ano de brincadeira. O ano passado por esta altura os meus nervos eram muitos, turma nova, escola nova, a separação do melhor amigo que ficou noutra turma, rotinas novas, e todas as diferenças entre o público e o privado de que falei aqui. Estava grávida de poucas semanas do Xavier e as minhas hormonas de mãe estavam instáveis como tudo, o que eu chorei só por ele ficar separado do melhor amigo que o acompanhava desde os 6 meses no colégio e por saber que ele tinha que enfrentar uma série de novidades.

Este ano foi tudo bem mais fácil, a professora é a mesma, a turma vai ter meninos novos mas está rodeado de caras conhecidas e num instante vai chegar a casa a falar de novas amizades.  Quanto ao melhor amigo, acho que nada os separa, nem as pareces de uma sala de aulas. Continuam a ser o que eram antes, contornaram a separação da turma com brincadeiras no recreio, no ATL e no refeitório e isso também me deixa tranquila. A nossa dupla é conhecida por ser inseparável e eu tenho orgulho neles.

O ensino público trouxe-lhe mais passeios, mais amizades, mais palavreado (e eu passei a dizer mais vezes em casa “onde é que ouviste isso?”). As expressões “bué”, “ya”, “bem fixe”, “mêmo fixe” começaram a ser enfiadas em todas as frases. Tornou-se mais autónomo a comer e mais responsável pelos seus pertences, aprendeu muitas músicas e até as canta ao mano, tornou-se colecionador de cromos e viciado em cadernetas. Não há o acompanhamento tão próximo como no colégio, volta para casa com o nariz cheio de ranho e as calças rotas dia sim dia não, mas está a aprender a ser autónomo e ser desenrascado, faz parte, eu também passei por isso. É claro que preferia encolhê-lo e trazê-lo comigo no bolso, para ter sempre tudo controlado, mas não dá, e se fui adulta o suficiente para ser mãe tenho que ser adulta o suficiente para lidar com o crescimento deles. Que construas ano a ano os teus sonhos, meu amor, eu vou estar sempre aqui para te dar asas.


Vertbaudet | Vans | Mango Kids | Zara 

Look Duarte: Sweat e Jeans C&A | Shoes: Gioseppo


A primeira semana de aulas está à porta e com ela regressa a preocupação da preparação de lanches escolares variados! A escola do Duarte tem opção de lanche mas já desde o ano passado que desistimos pois ele pediu-nos para não comer o da escola pois não gosta muito das opções. Por isso (e porque as minhas amigas já andam a partilhar a mesma preocupação nos grupos de whats app, este é um tema que está na ordem do dia e é transversal às mães) lembrei-me de recuperar este artigo que fiz em conjunto com a Dra. Gisela Carrilho (nutricionista) o ano passado para nos ajudar a todas com a lista de compras: ideias práticas e variadas para lanches escolares! 

As refeições a meio da manhã e da tarde, na escola, são os momentos certos para “recarregar as baterias” e fornecer ao organismo os nutrientes que o cérebro necessita para se manter atento e dinâmico. Por esse motivo, faz sentido pensar de que forma podemos tomar melhores decisões e, assim, melhorar a saúde das nossas crianças. 

Assim, aqui ficam alguns conselhos:

• Os lanches das crianças podem e devem ser preparados em casa;
• Os lanches devem ser práticos e rápidos de comer, devendo evitar-se embalagens e/ou lancheiras difíceis de abrir e arrumar pois é um aspecto extremamente importante para as crianças.
• Uma lancheira deverá conter um dos alimentos de cada grupo descrito abaixo, nomeadamente uma fonte de hidratos de carbono, um lacticínio e uma fruta/legume. 
• Deve evitar-se a monotonia e manter a criatividade - os lanches devem ser variados, de forma a tornarem-se interessantes. É importante variar sabores, texturas e cores, para que não haja a sensação de “estar sempre a comer o mesmo”. 
• Ofereça alimentos saudáveis – combinados de diferentes maneiras, de forma a tentar variar o mais possível. Deve tentar envolver as crianças na escolha do lanche para tentar também ir de encontro às suas preferências (dentro do possível e aceitável…);
• É muito importante garantir a segurança alimentar do lanche enviado e por isso deverá seguir algumas regras básicas como lavar bem a fruta e colocá-la numa caixa de transporte; Embalar os alimentos separadamente; Colocar as bolachas numa pequena caixa para se manterem crocantes (caixas de vácuo Fresh Box); utilizar uma lancheira térmica; utilizar garrafas térmicas  e bolsas de gel/gelo que ajudam a manter a temperatura;
• Por fim deverá juntar sempre à lancheira da criança uma garrafa de água.
Alguns exemplos de lancheiras saudáveis e possíveis combinações: 

1. Iogurte natural/bebida vegetal + tomate cherry c/queijo fresco aos cubos + tostas de centeio 
2. Iogurte natural/bebida vegetal + kiwi + tostas de centeio com queijo à fatia 
3. Iogurte natural/bebida vegetal + tostas de aveia + uvas
4. Iogurte natural/bebida vegetal + pão saloio (miolo) + pêssego às fatias
5. Iogurte natural/bebida vegetal + flores de pão centeio + palitos de cenoura
6. Iogurte natural/bebida vegetal + crepes de aveia com doce 100% de fruta + morangos 
7. Iogurte natural/bebida vegetal + panqueca de cenoura e coco + gomos de laranja
8. Iogurte natural/bebida vegetal + pão integral c/queijo + pera às fatias
9. Iogurte natural/bebida vegetal + mini-panquecas de banana e maça + uvas sem caroço 
10. Sumo de laranja natural + panquecas de alfarroba e banana + pera às fatias
11. Batido de morango/cacau + tostas de aveia + pera às fatias

Outras coisas que costumo mandar: queijinhos Baby Bell, ovo cozido, pacotinhos de bolachas de água e sal 
E porque a redução de plástico está também na ordem do dia, não se esqueçam de optar por sacos de papel (uso uns da Silvex que compro no Continente), recipientes de plástico com abertura fácil (uso os da Tefal) e de apostar numa lancheira gira que os miúdos gostam sempre! 


 Ajudou?