BabyTime: #SEIS MESES DE AMAMENTAÇÃO EXCLUSIVA E O QUE APRENDI!

#SEIS MESES DE AMAMENTAÇÃO EXCLUSIVA E O QUE APRENDI!

18 setembro 2018


Hoje é o dia em que dou por concluído com sucesso o “desafio” de amamentação exclusiva até aos 6 meses. Na verdade, estamos a 3 dias dele completar os 6 meses, mas a urgência da introdução alimentar para a entrada no colégio assim nos obriga. E se há uns meses atrás quando ele era bem pequenino e eu ainda estava a tentar estabelecer a amamentação era impensável para mim estar sentada a escrever este post (o Duarte introduziu as papas aos 4m), hoje estou orgulhosa de mim por ter chegado até aqui.

Só quem amamenta ou já amamentou tanto tempo em exclusivo sabe a dedicação, esforço, resiliência e foco que isso implica. Nestes meses fomos dependentes um do outro e o balanço é muito positivo. Tive dias cansativos pelo meio, voltei ao trabalho pelo meio e foi ainda mais exigente, mas havendo leite avancei e esta é a história que fica para lhe contar. Dei-lhe o melhor de mim.  

Não posso dizer que foi sempre fácil, amamentar em exclusivo e em livre demanda implica ter o bebé sempre perto ou relativamente perto e por isso o nosso dia a dia é feito de cedências. Nos últimos 6 meses tive um lifestyle muito pacato. Fui social q.b, abdiquei de muitos jantares fora de horas, convites para eventos e programas prolongados pois nem sempre as condições eram as mais fáceis para amamentar e quando se tem um bebé dependente de nós, não o podemos deixa-lo propriamente com alguém quando nos dá na gana e levar-lhes a fonte de alimento. Somos necessárias dia e noite. Não há o “desta vez dá tu para eu descansar”, ninguém nos substitui e há momentos de exaustão em que colocamos tudo em causa. Mas agora quando olho para trás, a sensação que tenho é que este tempo correu e que nem custou nada. Ainda bem que não o fiz, porque hoje posso comemorar!

Por outro lado, aprendi muita coisa sobre a amamentação e uma das maiores conclusões que tiro (até porque me fazem muitas questões sobre a amamentação) é que para se ter sucesso a amamentar não há nada melhor do que fazê-lo em livre demanda e esquecer as regras. Há mais estimulo, há mais produção, há mais alimento e há bebé mais satisfeito.  

No inicio quanto menos visitas melhor para a mãe e para o bebé (desta vez tive muito mais à vontade) e creio que coincidiu apenas por o Xavier ser um bebé muito chorão e espantar as visitas. Permitiu-me ter mais tempo, conforto e privacidade para perceber o padrão e as necessidades dele. 

Outra conclusão que tiro é que a nossa intuição é meio caminho andado, temos uma capacidade inata fantástica para perceber quando está a correr bem ou quando o bebé está a precisar de mais produção: é oferecer o peito mais vezes. Muitas mulheres desistem quando começam a sentir o peito ficar mais mole, moleza não significa menos leite, pode só significar o corpo a fazer ajustes na produção. O bebé estar chorão e o peito mole pode ser apenas um pico de crescimento, é dar uns dias e o peito volta a encher ou a produzir mais. 

E disciplina: descansar, beber muita água, comer bem. Cumprir diariamente estes básicos ajuda bastante a ter uma produção regular e auto-suficiente para o bebé. Nada é melhor do que o bebé para estimular, a bomba ajuda, mas para mim, mais numa ótica de fazer stock de leite ou aliviar o peito muito cheio. 

E já sabem: não dar ouvidos a terceiros. As frases “isso é fome”, “já está outra vez na mama’ são o prato do dia e não vale a pena dedicarem tempo algum a pensar nelas. O que nos dá respostas é o instinto maternal. As outras pessoas não são o nosso corpo nem conhecem o nosso bebé como a mae e o pai. Livrem-se do stress e das teorias de corredor de hospital

Para quem não conseguir este marco, não se martirizem, amamentar não é fácil como as revistas e os filmes fazem parecer ser. Cada mulher pode e deve decidir o que melhor lhe convém, a si e ao seu bebé, quer isso passe pela decisão da amamentação ou não. O bebé também tem que cumprir a sua parte de fazer uma boa pega, quando os bebés não estimulam o suficiente as mães também não conseguem ir mais além. É um trabalho de equipa. 

Outro fator de sucesso talvez tenha sido a preparação (há um post no blog com dicas) e o facto de não ter criado muitas expectativas e dessa forma deixei fluir as coisas. 

Foram 6 meses de muito amor e a partir de agora o Xavier inicia uma nova fase e eu confesso que sinto aquele orgulho de mãe e curiosidade em como vai ser esta nova fase com aquele misto de tristeza miudinha de deixar de ser a sua única fonte exclusiva de alimento: a partir de agora qualquer pessoa lhe pode enfiar comer no bucho e deixarei de ser insubstituível. 

Dramas e hormonas à parte, hoje começamos a primeira sopinha e vou ser eu a dar como aconteceu com o Duarte. Daqui a 3 dias introduzimos mais um legume na sopa e começamos a primeira fruta e por aí adiante. Decidi com a pediatra que o Xavier não vai para já comer papas, vai comer sopa + fruta ao almoço e jantar, vai mamar nos intervalos e vou mandar leite materno para o colégio. Aos 7 meses começa o iogurte natural que irá fazer o papel da papa, evitando os açucares desnecessários. 

A quem tem perguntado sobre o método BLW (Baby-ledWeaning , que consiste em oferecer a comida em pedaços e permite que o bebé se sirva sozinho e que demonstra ter algumas vantagens), acordei com a pediatra que vou experimentar fazer uma introdução mista, ou seja, oferecer a sopa e alguns alimentos em pedaços para ele explorar. 

Se quiserem receitas e inspiração para esta fase de introdução alimentar, recomendo o blog Na Cadeira da Papa, cheio de dicas e receitas para todas as fases. 

Se com o leite o miúdo me tem assim o cabelo em pé, imaginem com a sopa!!

Mal posso esperar!

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