BabyTime: fevereiro 2019


Andam há meses a pedir-me para falar no tema sopas. Confesso que muitas vezes acabo por não abordar muito estas temáticas recorrentes pois sei que existem dicas sem fim por esta internet fora e penso sempre que não vou acrescentar nada de novo a tudo o que já foi dito. Mas, por outro lado, cada uma de nós tem uma forma própria de se organizar, não é?


Como tenho muitas mamãs a perguntar-me como oriento as sopas semanais não vou fugir ao tema e vou deixar também aqui o meu contributo. Importa dizer que não sou nutricionista nem formada na área, isto é apenas o meu método de organização caseiro para lhe dar refeições variadas.


Sopas sem proteína (a partir dos 4 meses):


Na fase inicial de introdução dos alimentos optei por fazer 2 a 3 sopas por semana, de forma a introduzir 1 legume por sopa, como a pediatra recomendou. Fazia sopa para 3 dias (doses de 150ml a 180ml cada, porque ele sempre foi comilão) e após terminar fazia uma nova com 1 novo ingrediente. Para armazenar sempre usei estes copos da Avent (no Duarte e Xavier) para colocar as sopas (são excelentes pois têm a medida certa, podem ir à maquina de lavar e estão sempre ready to go para algum almoço fora ou dia de passeio).


A ordem que usei foi começar por 1 base comum e ir acrescentando 1 ingrediente por sopa (e a partir dai começar a diversificar com os ingredientes já introduzidos):


1ª sopa: 2 batatas, 1 cenoura, 1 cebola pequena (opcional, pode ser só batata e cenoura)
2ª sopa: 2 batatas, 1 cenoura, 1 cebola pequena + brócolo
3ª sopa: 2 batatas, 1 cenoura, 1 brócolo + fatia de abobora
4ª sopa: 3 batatas, 1 fatia de abobora + feijão verde


A lógica é ir apontando tudo o que já foi introduzido com sucesso e começar a fazer sopas mais variadas. Podem imprimir esta tabela do blog Na Cadeira da Papa que é uma ajuda para irem tomando nota.


Opção para quem quer fazer mais doses e congelar: usem uma destas cuvetes da Beaba para congelar doses individuais de 150ml de sopa, depois é só retirar uma a uma e consumir ou colocar num copo da Avent para enviar para a creche.




Sopas com proteína (carne, peixe, ovo)


Como gosto que ele faça uma alimentação o mais variada possível, continuo a fazer duas a três sopas por semana, que quase sempre são para os jantares e fim de semana, visto que almoça no colégio (nas semanas em que não está doente, mas nem vamos por ai...). Faço duas bases diferentes com o que tenho em casa e quando acontece render muito (para 4 dias por ex) congelo algumas que vou retirando consoante a necessidade.


Exemplos de bases: 

- Batata doce (1 batata doce, 2 batatas médias, 1 cenoura) 
- Courgete (3 batatas médias; 1 courgette média; 1 cebola pequena) 
- Batata (3 Batatas médias; 1 cebola pequena, alho francês) 
- Cenoura (3 batatas médias; 2 cenouras; 1 fatia fina de abóbora ou couve flor)


A cada uma destas costumo juntar 1 legume a gosto (brócolo, alface, feijão verde, couve flor, etc).


E escolho 1 carne e 1 peixe que cozo à parte (já vos vou explicar porquê). Após cozer o peixe e a carne, trituro e coloco em cuvetes de gelo (convém comprarem uma com tampa para garantir melhor conservação) e consoante ele coma carne ou peixe na escola, à noite junto um cubinho congelado de carne ou de peixe na sopa. Por cada cubinho devem congelar cerca de 30gr de carne ou peixe que é mais ou menos o que cada quadradinho da couvete leva. Se optar por colocar ovo, cozo na hora e junto a gema à sopa.



O Xavier gosta da base de batata doce com carne e adora a de cenoura com peixe por exemplo. Com 11 meses, em algumas delas já coloco arroz, massinhas, feijão, cogumelos, aromáticas e como já estamos a começar 2º prato, já estou a deixar de usar proteína na sopa, mas creio que o esquema vos pode ajudar. 


No que toca ao tema alimentação dos bebés / iniciação aos sólidos sou fã dos blogues Na Cadeira da Papa e As Papinhas da Xica e é lá que vou buscar inspiração para varias as ementas. Também podem sempre comprar livros, pessoalmente gosto muito destes dois: “1,2,3 uma colher de cada vez” e “Mãe, quero mais!”. 


Como referi acima, este é o meu método que funciona com o meu estilo de vida, cada uma poderá adaptar ao seu estilo.


Beijos e boas sopas!




Texto: Raquel Rodrigues

Respostas: Dra.  Inês Coimbra, que faz parte da Equipa de Odontopediatria da Nova Dentismed 


Sou mãe de dois rapazes em fases de desenvolvimento muito distintas mas estão ambos a passar por uma fase de transição dentária: o Xavier, por um lado, com os primeiros dentes a romper e o Duarte, por outro, prestes a transitar dos dentes de leite para os dentes definitivos, por isso, o tema dentes reina cá por casa. 


No caso do Xavier os dentes têm dado bastante incómodo e os dois primeiros já deram origem a duas otites (mas afinal os dentes dão ou não otites?!), no caso do Duarte, é o único dos coleguinhas de escola da mesma idade que ainda preserva todos os dentes de leite e espantem-se, está desejoso que comecem a cair (o que devemos fazer quando começam a abanar?)! 


Dentes de leite x dentição definitiva, cáries na infância, uso de chupeta, mudar ou não o tamanho da chucha, qual a melhor pasta de dentes, o bruxismo nas crianças, escova elétrica ou manual, quando começar a escovar... 


Todas as mães, nestes momentos da vida, se deparam com estas questões e por isso mesmo, juntei-me à Dra. Inês Coimbra da Novadentismed (a Dra. que acompanha o Duarte) para responder às minhas e às vossas questões (que deixaram no Instagram) sobre a dentição infantil. Vamos a isso?
Com que idade deve fazer a primeira consulta?



A primeira consulta deve ser realizada quando os primeiros dentes de leite erupcionam ou, no máximo, até a criança completar o primeiro ano de vida, de modo a estabelecer um programa preventivo de sáude oral e interceptar hábitos que possam ser prejudiciais.


A partir de que momento devemos começar a fazer higiene oral aos bebés?

Desde que nascem. Em primeiro com uma compressa húmida para higienizar as gengivas e depois com escova ou dedeira a partir do momento em que nasce o primeiro dente.


A pasta que se usa nos primeiros dentes deve ter ou não flúor?

O flúor ajuda a prevenir e controlar a cárie dentária. 
Assim, desde a primeira pasta de dentes, esta deve conter flúor com uma concentração no mínimo de 1000ppm de flúor (partes por milhão). No entanto, a quantidade a ser colocada na escova deve ser reduzida e sempre supervisionado por um adulto.
Até aos 2 anos de idade a quantidade de flúor deve corresponder a um grão de arroz crú. 
Dos 2 aos 3 anos, deve corresponder ao tamanho de uma pequena ervilha.
Dos 3 aos 6 anos a concentração de flúor deve ser entre os 1000 e 1450 ppm de flúor e a quantidade deve ser idêntica ao tamanho da unha do 5.º dedo. 
A partir dos 6 anos podem usar a pasta de dentes da família, desde que contenha entre 1350 e 1500ppm de flúor, podendo a concentração de flúor ser maior se o risco de cárie for grande. O tamanho deve corresponder a 1cm.


O aparecimento dos dentes causa febre?

Quando os dentes erupcionam (rompem a gengiva), o bebé sente desconforto a nível gengival (gengivas avermelhadas), aumento da salivação, alteração dos hábitos nutricionais, ansiedade, dificuldade em dormir, irritabilidade e mal-estar. A temperatura pode subir ligeiramente, mas normalmente fica abaixo dos 38.ºC. Se a temperatura aumentar, o mais provável é que a febre seja sintoma de outro fenómeno que esteja a afectar o bebé. Nesse caso, é melhor levar o bebé ao pediatra. Assim como no caso de vómitos ou diarreia associados. O desconforto da criança pode ser aliviado limpando a boca com uma gaze molhada ou recorrendo a mordedores e geles disponíveis no mercado.


Que tipo de primeira escova usar?

Escova macia de tamanho adequado, dedeiras ou gaze humedecida.


12 meses sem sinal de dentes é preocupante?

Em média a erupção da primeira dentição tem início entre os 6 e os 8 meses de idade, sendo as meninas geralmente mais precoces. Entre os 2 anos e meio e os 3 anos de idade os 20 dentes temporários já estarão presentes na cavidade oral. A dentição definitiva inicia-se entre os 5 e 7 anos e termina com a erupção dos terceiros molares ou sisos. A erupção precoce ou tardia não está necessariamente relacionada com patologia. No entanto, se a criança não apresentar nenhum dente após completar um ano de vida, deverá ser observada na consulta de Medicina Dentária.


É verdade que aumentar o tamanho da chupeta faz mal?

As chupetas e as tetinas devem adaptar-se à boca em todas as fases da vida do bebé. Mude o tamanho da chupeta ou tetina de acordo com o crescimento do bebé.

Espero que vos seja útil!


No próximo artigo vamos falar de dentição definitiva!


Beijos


A semana passada a SIC transmitiu uma reportagem intitulada "A Rede", que relatou a história de uma mulher que usou uma falsa identidade para manipular a vida de um rapaz, o Nuno, e de todos à sua volta. Esta mulher fez-se passar por outra pessoa (sua conhecida) e usava fotos dela para manter o contacto com o Nuno tendo ele ao fim de algum tempo estabelecido uma relação emocional com ela. Quando não conseguiu arranjar mais desculpas para evitar um encontro matou a sua personagem, vitima de cancro. Deixou Nuno em sofrimento e todos à sua volta, mãe e amigos. Já muita tinta correu sobre este tema, entre os que criticam o Nuno por ter ido na conversa dela e os que percebem que existiu aqui uma manipulação ardilosa, da qual ninguém está livre porque todos circulamos online, com mais ou menos intensidade, mas é rara a pessoa hoje em dia que não usa a internet. A Pipoca Mais Doce fez um post muito interessante sobre o tema onde referia que alguém que ela conhecia também já foi vitima do mesmo, não me espanta, bastou-me pensar um bocadinho no tema para perceber que eu também. Isso mesmo.

Ora então, eu que me considero uma pessoa observadora e perspicaz também tenho uma história semelhante, imaginem! Estávamos no ano de 2012 e eu estava grávida do Duarte. Entrei num chat conhecido, que é ponto de encontro de muitas grávidas para tirar dúvidas e acabamos por migrar para um grupo privado de mamãs no Facebook, um fenómeno super habitual hoje em dia e que em 90% dos casos é um meeting point para tirar duvidas, partilhar de experiências  e não tem nada de mal. 

Éramos mais de 80 e todos os dias havia tema de partilha: analises, stock de fraldas, promoções, ecografias, feedback de cremes, sugestões de fotógrafos para sessões de nascimento, que carrinho comprar, etc, etc... tudo o que possam imaginar dentro do universo dos bebés e onde certamente muitas mães que estão a ler isto já estiveram envolvidas ou estão – é normal estar em grupos de maternidade no Facebook ou noutras plataformas, faz parte da maternidade moderna.  

Passaram-se meses e chegou finalmente a altura dos nossos bebés começarem a nascer, todos os dias havia uma a ir para a maternidade, era uma emoção. No meio das mais de 80 meninas, uma delas estava gravida de gémeos e teve um fim trágico – os bebés morreram no parto por negligência no Hospital de Vila Franca de Xira. Fiquei doente com a notícia, eu e as outras meninas, sobretudo as que, como eu, ainda estavam à espera de ir ter os bebés. Não vamos ser hipócritas, o medo do parto existe e este tipo de notícia é tudo o que não queremos ler, é aquele assunto que queremos evitar ao máximo sobretudo se…for uma mentira!!! Uma mentira cruel e desnecessária. 


A noticia caiu que nem uma bomba no grupo, uma tristeza profunda pela M…. que estava de luto por ter perdido os dois bebés. Essa mesma pessoa, dizia trabalhar como assistente na TVI. partilhava fotos das ecografias connosco (que mais tarde viemos a descobrir terem sido retiradas do Google), fotos da gravidez, partilhou fotos do chá de bebé, da decoração, do bolo…tinha barriga (falsa), era tudo real (ou pelo menos parecia). Até tinha uma loja de produtos para bebés no Facebook (ou então fingia que era dela). Recordo-me que chegou a pedir ajuda financeira e houve quem desse. 

Com a noticia da morte dos gémeos, colocou uma foto de luto no perfil e desapareceu. Despediu-se após a dor profunda, disse que queria um tempo a sós com o namorado e para nós fazia sentido. Mas…ficaram algumas peças soltas porque o relato do parto era estranho e alguém que conhecia alguém próximo dela, através de fotografias veio comprovar que não existia gravidez nenhuma (ou se existiu não avançou) e que no Hospital de Vila Franca de Xira não havia registo de óbito dos gémeos. Era tudo mentira e foi tudo encenado por esta cabeça manipuladora. 

Porquê? Nunca chegámos a perceber e a partir daí começou um clima de desconfiança no grupo. Afinal de contas, não nos conhecíamos pessoalmente a todas. Teria problemas mentais? Estaria numa rede de trafico de bebés? Queria burlar alguém no grupo? Planeava raptar algum bebé? Havia muita coisa em aberto e foi a primeira vez (e única espero) que tive contacto os perigos da rede. A partir dai assumi uma postura ainda mais defensiva, e talvez as mamãs do meu grupo de Março de 2018 me achem demasiado distante e menos participativa do que gostaria, mas…gato escaldado de água fria tem medo. Há que ter confiança e cautela. Há que dar um pouco de nós mas não dar tudo. São pessoas excelentes, queridas e prestáveis, mas eu não consigo apagar esse episódio da minha vida.

Do grupo de Mamãs de 2013 guardo a Samanta, a Paula, a Sofia, a Patrícia, a Inês, a Ana e a Telma. Tornaram-se o meu trigo separado do joio. Conhecemos-nos num encontro ainda durante a gravidez e tornamos-nos amigas especiais. Já conhecemos as famílias, os filhos, os tios-avós e por aí fora. Não passamos um dia sem falar no grupo do whats app e são o meu lado bom desta história. São o meu núcleo duro da maternidade e também o meu grupo preferido do whats app. Acima de tudo são minhas amigas e são reais.Somos todas de Lisboa, menos a Paula e talvez por isso, tenhamos conseguido construir uma relação solida a partir dali.

Se as tinha conhecido sem internet? Não, nunca. E por isso mesmo não estou aqui a apontar o dedo aos chats e aos grupos, em quase todos os casos são benéficos, mas apenas deixo o alerta que nunca nos devemos deixar de proteger. 

Quanto à M… nunca mais soubemos nada do seu paradeiro, ainda ponderámos fazer queixa na PSP, mas a verdade é que ninguém se quis chatear ainda mais com isso. Já nos bastava aquela novela mexicana e sinceramente acho que havia ali uma pessoa com falta de suporte e a precisar de apoio psicológico que espero que tenha encontrado entretanto. 

E já que estamos na Semana da Internet Segura de 2019 nunca é demais alertar para estes perigos!