BabyTime: #A MINHA EXPERIÊNCIA COM O REFLUXO NO BEBÉ: DICAS PARA MÃES!

#A MINHA EXPERIÊNCIA COM O REFLUXO NO BEBÉ: DICAS PARA MÃES!

14 maio 2018



Hoje venho partilhar a minha experiência pessoal com o refluxo gastroesofágico no bebé e espero poder ajudar outras mamãs com o meu testemunho.


O Xavier começou por ser um bebé muito chorão logo desde a primeira noite na maternidade. Uma experiência totalmente oposta do primeiro filho que quase não chorava e tinha que ser acordado para mamar. O Xavier chorava (de goelas bem abertas) e tinha expressões de desconforto.


Percebi muito cedo que algo o incomodava e não eram necessariamente as tenebrosas cólicas (só lá chegámos mais tarde). No primeiro dia de vida passou a tarde a deitar uma pasta amarela da boca que assumi serem restos do parto como é tão comum acontecer, apesar de ter sido aspirado. Hoje, 1 mês e meio depois, sei que já era um sinal do estômago imaturo dele.

 
 Na primeira semana em casa começámos a ter alguns episódios de bolsadelas, mas desvalorizei, até que pelos 7 dias de vida as ditas bolsadelas começaram a ser cada vez mais frequentes (entenda-se em todas as mamadas) e em grande quantidade e com muita irritabilidade. O leite ora saia pela boca ora pelo nariz, ora era leite aguado que saía em jato, estilo vómito, ou uma pasta de leite talhado, como um queijo fresco. Tinha como padrão ser expulso muito tempo após a mamada, cerca de 1h depois ou mais e o lado mau, quase sempre durante o sono. Consultámos a pediatra e percebemos tratar-se de refluxo.
 

A coisa ficou ainda pior quando tivemos dois episódios muito maus em que ele se engasgou com o refluxo e asfixiou. Ficou roxo. Felizmente aprendi no curso de preparação para o parto (que fiz grávida do Duarte) a fazer a manobra de desengasgamento mas porra NENHUMA mãe devia passar por isso. NENHUMA. E não é por ser mãe de segunda viagem que me soube controlar melhor. Seja qual for o número de filhos, são os piores segundos das nossas vidas. Preferia repetir dores de parto sem epidural.


Das duas vezes em que isso aconteceu foi como se uma nuvem negra ficasse a pairar sobre mim o dia inteiro com uma vontade constante de chorar. Nada me animava. Murchava para a vida nas horas e dias seguintes. A segunda vez foi ainda pior do que a primeira porque o Duarte tinha ficado em casa, estava ao nosso lado e viu tudo. Ficou confuso, fez-me muitas perguntas e tive que me isolar no WC para chorar, libertar tensão e omitir a gravidade da situação perante o meu filho mais crescido. 


Chorei muito nesse dia, ainda mais do que no primeiro pois vi-me a recuar 5 anos atrás e passar por tudo novamente (o Duarte engasgava-se/asfixiava de forma igual a mamar, o Xavier era ainda pior, pois engasgava-se a dormir com o refluxo, o que é muito menos controlável) e não sabia se tinha forças para passar novamente pelo mesmo dilema. 


Precisei de alguns dias (para apagar as imagens da cabeça), noites em branco de mãe e pai a vigia-lo por turnos, e de uma formação em suporte básico de vida (que fiz quando o Xavier tinha 15 dias de vida) para voltar a encontrar paz (e confiança) nas horas de amamentação. Por um lado apeteceu-me fugir à amamentação e introduzir o biberão, por outro, apesar do refluxo, ele tem aumentado bem de peso com a amamentação exclusiva e não há motivos para alterar o plano alimentar dele (até porque é sempre preferível o leite materno em bebés com refluxo). 


E assim aprendi, a custo, o que é o tão falado refluxo dos bebés:

"O refluxo gastroesofágico consiste na subida do conteúdo do estômago para o esófago o que, em conjunto com o ácido gástrico, causa grande desconforto e sintomas como azia, regurgitação, dor ou dificuldade em engolir, tosse ou mesmo vómito. O refluxo pode ser mais ou menos intenso e/ou frequente de bebé para bebé (...) A maior parte dos casos de refluxo nos bebés deve-se à imaturidade de uma válvula localizada à entrada do estômago que, ao não isolar a entrada deste órgão, permite que o seu conteúdo suba para a faringe e boca."

Nos episódios piores ele praticamente não dormia após as mamadas pois enquanto se sentia indisposto não descansava. Isso só acontecia após expulsar os líquidos que ficavam na faringe. Sonos tranquilos também não existiam, eram sempre acompanhados de muitos ruídos de indisposição. A dificuldade para dormir é uma das principais consequências do refluxo.  
 
 
Sempre que o deitava depois de uma mamada começava a deitar todo o alimento para fora. Todo é exagero (ou não) mas uma boa parte dele. E lá ficava eu com uma sensação de impotência. Muitas vezes tinha que voltar a dar mama pois logo a seguir ele ficava com fome. 

Escrevo no passado porque felizmente ele está melhor, apesar de ainda não estar livre.  

O nosso ponto de situação às 7 semanas é este: noto melhorias ao nível do desconforto durante a noite, altura em que faz o maior período de sono (e coincide com a altura do dia em que faz uma mamada mais leve). E durante o dia mantém o refluxo intenso, principalmente no período da tarde, pois é um bebé exigente nas mamadas, faz intervalos curtos de 2h em 2h e como ingere bastante leite também expulsa bastante. Escusado será dizer que levo banhos constantes de leite. #vidademãe
Desde as primeiras semanas que temos aplicado várias medidas preventivas transmitidas pela pediatra e dicas que outras mães me deram e a verdade é que apesar de não curarem, ajudam bastante. 

DICAS PARA AMENIZAR O REFLUXO NOS BEBÉS:


- Mamar ou beber o biberão na posição mais vertical possível;
- Não manobrar o bebé depois das mamadas (se fizer cocó na fralda, fica com cocó na fralda e só se muda mais tarde - dica dada pela pediatra);
- O tempo é amigo do refluxo: após as mamadas, manter o bebé o mais vertical possível durante 40m (conseguem imaginar as minhas noites certo? Ainda hoje continuo a respeitar esta regra);
- Colocar o bebé para dormir com o berço inclinado a 40º (usem almofada anti-refluxo) ou coloquem livros nos pés do berço;
- Dar banho no intervalo maior das mamadas, para evitar a regurgitação;
- Amamentar o bebé com mais frequência e quando estiver mais sonolento (pois vai mamar de forma mais tranquila e ingerir menos ar e leite a mais);
- Não embalar muito o bebé para o adormecer;
- Usar babetes absorventes para evitar mudar constantemente de roupa (e manobrá-los ainda mais);
- Para bebés a leite artificial: consultar o pediatra para aconselhamento sobre o melhor leite anti-refluxo, já existem muitas fórmulas no mercado;
- Controlar o leite ingerido em cada mamada (algo que com leite materno não consigo controlar);
- Para quem faz pumping (amamentação exclusiva com leite materno retirado com bomba), podem usar um espessante de leite materno, a Aptamil tem este que basta juntar no biberão.~

TRATAMENTOS ALTERNATIVOS:


OSTEOPATIA PEDIÁTRICA

Quando partilhei este problema no Instagram tive muitas mães a recomendar a ida a um osteopata pediátrico (especialidade que nem sabia existir até agora). A grande maioria das mães revelou ter notado grandes melhorias nos bebés e outras sentiram que ajudou um pouco. Tenho até um separador com alguns nomes que me foram recomendados nos destaques do Instagram. Amanhã vamos à nossa primeira consulta, não perdemos nada em tentar pois as tardes passam-se de bebé ao colo, ainda muito incomodado, a deitar para fora o que ingeriu e não desceu. 

Deixo ainda aqui um link para um artigo interessante sobre este tema. 

Depois venho partilhar o feedback da consulta.

Beijos

Imagem: Google