Acabou-se o "mãe, mãe, mãe" e instalou-se o "pai, pai, pai"!!!
Primeiro respirei fundo de alívio, agora bufo com...c i ú m e s !
Sabia que não esperava pela demora, que se a maternidade é feita aos pares é para alguma coisa, em fases de desgaste físico cheguei secretamente a desejar esta fase, sem nunca o admitir em voz alta - jamais dar parte fraca - mas agora que perdi a minha queen position, começo a temer que ela nunca mais volte.
O pai ri-se disto. Eu resmungo. Nos primeiros tempos somos tudo para os filhos, fonte de colo, fonte de alimento... babam-nos de amor... ninguém nos faz frente... e é inevitável que quando começam a andar e a falar chamem a mamã para tudo, apesar da presença constante do pai. E isto aguenta-se assim até aos 2.5 anos. Somos o sol e a lua deles. Tão bom.
Depois começam a entrar na fase rapazolas, ficam mais curiosos com tudo e todos e lá se vai o nosso lugar no podium. O pai joga playstation, o pai faz a caderneta de cromos, o pai joga à bola, o pai vai buscar à escola e leva ao parque, o pai dá banho e deixa fazer disparates, o pai é do "team gajos" e a mãe não.
"E a mãe? A mãe vai às compras, a mãe chateia para terminar de comer a sopa, a mãe refila com os brinquedos espalhados pela casa, a mãe diz que não a mais saquetas de cromos... e quando está no mood de brincadeira é mais dada a jogos de tabuleiro, plasticinas, apanhada, cocegas ou leitura de histórias. O que também é bom, mas falta o lado cool da coisa. As brincadeiras com o pai envolvem adrenalina!"
Nos últimos tempos cheguei a ter crises internas desta especie de ciume materno, é claro que adoro que ele se dê bem com o pai, não desejaria que fosse de outro modo, mas incomoda-me um bocadinho ver aquele pirralho que só tinha olhos para mim agora ter dias em que quase me ignora.
Desde que estou grávida e menos activa nas brincadeiras ainda pior, senti que houve um afastamento entre nós, que entretanto estou a conseguir recuperar finda a fase dos enjoos constantes em que so queria ficar sossegada e do sono intenso. Não posso dizer que não me deu jeito ter momentos de sossego em casa enquanto ele fazia a cabeça do pai em água, mas leoa que é leoa não gosta de perder território.
E quanto o bebé nascer e eu tiver que multiplicar a atenção pelos dois? Será que vou estar à altura?!
Bem sei que é normal existirem estas fases de favoritismo por um dos pais, mas não quero nada perder o cordão umbilical com o meu bebé grande. Do que li sobre o tema, cabe aos pais em conjunto irem equilibrando a balança, ou seja, quando está na fase mãe, a mãe deve procurar chamar o pai para interagir nas brincadeiras e vive versa, para que nunca se perca o elo de ligação.
E assim termina mais um "post desabafo" que também se podia chamar "coisas que inquietam uma mãe irrequieta".
Também sentiram estas mudanças nos vossos filhos com o aproximar dos 5 anos?