BabyTime: #8 PEDIDOS AOS FUTUROS DONOS DOS MEUS "AMORES"

#8 PEDIDOS AOS FUTUROS DONOS DOS MEUS "AMORES"

29 março 2017


Nota introdutória: “amores” é o nome que o Duarte lhes chama.
 
Gostava, em primeiro lugar, de fazer um breve parêntesis sobre os 5 “amores” deliciosos ao olhar que tenho em casa: eles não foram planeados, mas foram muito bem-vindos, não são a nossa fonte de rendimento, mas vão ter um preço. Concordem ou não com esta visão, infelizmente sou da opinião de que o ser humano só valoriza aquilo que tem um preço. Quantas adoções fáceis morrem na estrada todos os meses? Quantas adoções fáceis são abandonadas porque roeram os pés da cadeira, o estuque ou a sola dos ténis preferidos? Encaro a entrada de um cão na nossa vida da mesma forma que encaro o pagamento de uma casa, um carro, roupas novas, um periquito ou o peixinho cor de laranja na loja de animais. Porque em algum momento da nossa história, alguém inventou a moeda e definiu que as regras assim fossem. Um cão é um compromisso para a vida, não é a peça de roupa gira que vai ser o IT do verão e que passados uns meses é trocada por outra, não é a moda momentânea do instagram nem o brinquedo dos filhos para o verão. Da mesma forma que existe um protocolo a cumprir para adotar um animal abandonado nos canis municipais e associações de acolhimento, este é o termo de responsabilidade que quero que os futuros donos dos meus cães assumam.
 

Aos futuros donos dos meus cães...  

      

1.

Quando forem buscar a vossa cria, lembrem-se que, acima de tudo, estão a levar uma vida para casa. Vida essa que vai fazer parte integrante das vossas durante pelo menos 13 anos, podendo ir até aos 16. Não é um bem perecível. Tem data de validade e é longa. Por isso, certifiquem-se de que estão a dar o passo certo.
 

2.

Quando forem buscar a vossa cria, vão conscientes de que essa vida tem sentimentos e que vai manifestar por vocês, todos os dias sem interrupção, a maior alegria do mundo sempre que chegarem a casa. O mínimo que têm que fazer por ela é reciprocidade.

 3.

Quando forem buscar a vossa cria, lembrem-se que ela tem uma cauda que abana quando fica feliz. Por favor, certifiquem-se que a fazem abanar todos os dias.

 4.

Quando forem buscar a vossa cria, mentalizem-se que ela envolve um trabalho diário extra de festas, passeio, brincadeira e educação (eles sabem ser bastante teimosos), que são tão essências quanto a água fresca e a ração. E um banho de vez em quando.

5. 

Quando saírem de casa para passear, lembrem-se que essa vida também vos pode acompanhar. E sempre que forem de férias, tentem fazer o mesmo.

 6.

Sempre que possível, retirem-lhe a trela e concedam-lhe liberdade. Nada deixa um cão mais feliz do que poder correr livremente. O mesmo em relação ao estar em casa, p.f. não os prendam a uma casota num canto do quintal com uma corrente, não há vida mais deprimente do que essa.

 7.

E, sobretudo, enquanto eles forem pequenos, protejam-nos, evitem praias, parques públicos ou sítios com muitos cães adultos, eles ainda não têm as defesas todas desenvolvidas e podem ficar muito doentes.

 8.

Um cão é um membro da família, é uma verdadeira relação a longo prazo que dispensa alianças e assinaturas de contratos, mas que tem que ser alimentada como todas as outras, com simples gestos no dia a dia.

Vi cada um deles nascer, a mãe deles faz parte da minha vida há 6 anos, eles não são “só” mais um cão, são uma extensão da nossa família, que durante 2 meses ou 3 nos vão dar o privilégio de passar por esta experiência, tão maravilhosa quanto enriquecedora daquilo que pode ser o nosso contacto mais puro com a natureza e forma como ela se gera.
 
Certa de que vos vão dar mais alegrias do que tristezas, é “só” isto que vos peço.
 
Fotos: minhas em parceria com a Barkyn, os especialistas 24horas em paixão canina e com o serviço mais completo de alimentação, snakck, brinquedos e aconselhamento "at you door" em Portugal.