BabyTime: 10 DICAS PARA EVITAR GRITAR COM OS FILHOS (DE UMA MÃE A TENTAR MELHORAR)

10 DICAS PARA EVITAR GRITAR COM OS FILHOS (DE UMA MÃE A TENTAR MELHORAR)

02 março 2017



Quem nunca ficou de cabelos em pé e gritou com os filhos que atire o primeiro brinquedo espalhado. Há situações da maternidade em que inevitavelmente levantamos a voz. É quase automático.

Uma das principais armadilhas da educação, e contra mim (conscientemente) falo, é a questão dos gritos. As situações do dia a dia em que eles nos testam são tantas que por vezes respirar fundo não resulta. 

O Duarte anda numa fase de me desafiar, principalmente à noite, finge que não me ouve, bate afincadamente o pé para não tomar banho e foge inclusivamente de corpinho ao léu do WC, deita lágrimas de crocodilo quando o estou a pentear, diz que o pijama pica, tudo é um drama e o mundo está a acabar. E eu? Eu tenho sono, quero despachar a tarefa e nem sempre consigo levar as coisas a bom porto sem um grito para ele perecer que estou a falar a sério. Logo a seguir arrependo-me e fico sentida porque ele diz “ai mamã, não grites”. É a parte em que ele me dá um estalo sem mãos e que me acho a pior mãe à face da terra. Sei que tenho um feitio impulsivo, o que por si só torna a tarefa ainda mais complicada, mas tenho tentado por em prática algumas diretrizes para gritar menos, até porque tenho consciência de que nós somos o seu maior exemplo e não é dessa forma que quero cultivar a minha conexão com ele.

Não é fácil, é um exercício diário e muito mais exigente do que ir ao ginásio testar os nossos limites físicos. Gritos geram gritos. É a lei do retorno e os gritos não educam. São tão prejudiciais quanto uma agressão e podem causar mau comportamento na adolescência. Se estão como eu nesta batalha interna, deixo-vos 10 dicas para evitarmos gritar com os nossos filhos:  

1. Comecem agora

Na próxima vez que um grito vos subir à garganta, parem e respirem fundo. Ou comam algo, o importante é fecharem a boca. Isso vai dar tempo para pensar um pouco. Ao princípio será difícil, mas vai começar a surtir efeito. Uma boa dica é começar a sussurrar ao invés de gritar. As crianças ficam surpresas e prestam atenção.

2. Contem até 10

Já que a boca está fechada, contem mentalmente até 10 e respire fundo novamente, eu nestas situações tenho que me afastar do foco da birra ou olhar para o lado e observar outra coisa qualquer, para conseguir limpar a cabeça. Depois voltem, e abordem a situação novamente. 

3. Conversem com os vossos filhos

Perguntem o porquê do comportamento que ele está a ter. Tentem ouvir a história toda em silêncio, sem interromperem. Pode ser que ele esteja a precisar mais de ajuda para perceber determinado tema do que de correção. 

4. Conversem ainda mais

Se ele agiu erradamente, explique-lhe que o que fez é errado e porque é errado. Isso é importante, sem essa conscientização é mais difícil a criança não errar novamente naquela determinada atitude. Normalmente sento o Duarte embrulhado na toalha depois do banho e digo-lhe “boa filho, até gostaste do banho, foi divertido”.

5. Imponham limites


As crianças não têm limites, tentam sempre descobri-los. Digam-lhes até onde podem ir. Por exemplo, "podes brincar no parque o tempo que quiseres, mas não podes sair do recinto. A rua tem carros e é perigosa". Quanto mais claro o limite mais fácil será para as crianças manterem-se dentro dele. Importante: cumpram o prometido.

6. Desvinculem-se do passado

Muitos pais alegam que receberam palmadas, gritos e que são boas pessoas na mesma. Até podíamos considerar que é verdade, mas por essa lógica não existiam criminosos nem pessoas presas. O que sabemos que não acontece até porque geralmente as pessoas à margem da lei têm um histórico de maus-tratos e abusos.

7. Usem empatia

Lembram-se do que sentiam quando levavam uma palmada? Eu lembro-me bem, ficava ali imóvel por uns segundos a sentir-me no centro da vergonha. Os psicológicos defendem que “bater ou humilhar só conduz a uma diminuição da autoestima”, além de que nos afasta dos nossos filhos ao invés de nos aproximar. Até doí, só de pensar nos gritos que já dei, devia estar neste momento ajoelhada no milho. 

8. Não descarreguem neles as vossas preocupações 

Se estão a passar por momentos difíceis ou fases se maior stress no trabalho, tentem corrigir o que está errado para não descarregar nas crianças. É muito mais terapêutico aproveitarem o tempo livre para fazerem actividades em conjunto.

9. Peçam desculpa


Não receiem pedir desculpa. Isso só mostra arrependimento por terem gritado e as crianças pequeninas são muito atentas e compreensivas. Terminem com um abraço e um beijo meloso.

10. Não desanimem


Se, apesar de todos os seus esforços, ainda gritam (eu incluída), não desanimem. Continuem a tentar. Vale a pena. Comecem pelo teste do sussurro, invertam a situação, aposto que vão captar logo a atenção dos vossos filhos. O Duarte diz logo (também ele em voz mais baixa) “mãe, porque é que tas a falar assim’”.  O caminho faz-se caminhando!

Beijos,

Artigo adaptado do original aqui.
Photo credits: Google