Todos os anos, desde que a paternidade nos bateu à porta, a história repete-se. Agosto é sinónimo de creche fechada e temos que arranjar soluções de babysitting para o Duarte. Como somos uns sortudos e temos a família por perto, dividimos a “coisa” pelos avós maternos e paternos. E, como é um puto cheio de sorte, passa os 15 dias na praia,
enquanto os pais se roem de inveja.
Este ano, consegui tirar uns dias para o ajudar na adaptação, quanto mais crescido mais agarrado aos pais, já tem noção da separação, já diz que “quer voltar para casa”, já chora pela mãe, pergunta pelo pai e vice-versa. Para mim foi juntar o útil ao agradável, tirar uns dias de descanso, desfragmentar o “disco”, aproveitar a ajuda dos avós, comer a comidinha da mamã e os petiscos do papá. Assim, o primeiro destino foi Peniche, praia do Baleal, onde passo férias desde os 6 anos.
Com as Berlengas bem à vista, o Baleal é uma pequena ilha situada a norte de Peniche, separada do continente por um tômbolo que dá acesso a duas praias de areia muito fina (Baleal sul e Baleal Norte, conhecida por Lagido). O extenso areal desta praia divide-se com famílias, grupos de amigos, surfistas nacionais e estrangeiros, bodyboarders, praticantes de mergulho e escolas de surf. Para mim, o Baleal é único, respira-se boa onda e tem o por do sol mais bonito de Portugal.
Os 2,5 anos do Duarte já permitiram que estas férias tivessem um sabor diferente, está mais autónomo, mais menino e menos bebé, já gosta mais de água e tem energia para dar e vender. Como bom rapaz que é, dividiu o tempo entre as poças na areia e a bola de futebol (a sério que não sei como aguenta correr tantas horas!). E, após uns dias no paraíso dos surfistas, pediu-me uma prancha! Mãe babada que sou, cedi ao pedido, comprei-lhe uma mini prancha de body board no super local e foi a maior das surpresas, o puto ficou feliz que só visto e a prancha, a mãe e os avós não tiveram mais descanso!
Esta semana, estamos sem ele, é a semana dos avós paternos. Entre umas lágrimas de despedida ontem à noite e hoje ao acordar, sei que ele está bem entregue e que foi feliz. Agora, só quero que esta semana passe muito rápido! Enquanto conto os dias, vou aproveitar para ler os dois livros que trouxe das férias, “Más maneiras de sermos bons pais”, do Eduardo Sá e “100 maneiras de fazê-los obedecer”, da Anne Bacus. As birras já chegaram, a paciência nem sempre chega e preciso mesmo de umas dicas para esta fase dos terrible two.